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O autor desse Blog é estressado, ranzinza, sarcástico, mal amado, egocêntrico, pervertido, preguiçoso, boca suja e teimoso. O lado bom? Ele nunca mudará.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Uma vergonha (ou várias)

Bom, antes de qualquer coisa, deixo avisado que um dos contos que eu mencionei teve seu primeiro capítulo logo abaixo desse post, para os desavisados.

AGORA VAMOS AO POST!

Venho aqui hoje para falar sobre uma coisa que me intriga, te afeta (ou não) e querendo ou não faz parte da sociedade em que vivemos.

A VERGONHA

Estava eu há uns dois dias conversando com certas pessoas quando percebi um detalhe curioso que nós seres humanos conservamos por boa parte do tempo, quase como um amuleto. A maldita da vergonha!
Alguns a acham necessária para manter um limite do que as pessoas devem e podem ou não fazer, dentro do ambiente em que vive. Mas eu discordo.
Veja bem.  A vergonha nada mais é do que a noção de exagero, gerada pelo excesso de algo.

Não entendeu?
Vou explicar.

Você tem uma namorada, ou namorado? Legaaaaaal.
Você tem duas ou dois ao mesmo tempo? Canaaaaaaaaaaaalha.

Entendeu? Não to dizendo que é certo, obviamente, estou apenas mostrando que o exagero é que leva as pessoas a perceberem o que é ou não errado.

Ta.

 “Mas Diego, você só disse coisas que realmente são erradas!”

Eu sei disso, uai. O problema está nas coisas que passam disso. Não entendeu? Vou explicar... De novo!
É essa palavra e seu poder absoluto que dita regras, minha gente. Tudo que é demasiadamente exagerado, como bigamia, excesso de cigarros ou outro produto que cause dependência, e outras coisas do tipo, levam a pessoa a ter a noção de que tudo que ela fizer na vida deve ter um freio de mão. Até aí, ta tudo certo, pois realmente precisamos ter um botão de “SE MANCA!” quando notamos que estamos sendo inconvenientes ou agindo de forma que prejudique o próximo. A tragédia mental ocorre mesmo quando a gente passa a deixar que esse pensamento atrapalhe em coisas que realmente gostamos. Enquanto eu conversava com uma amiga, por exemplo, ela mencionou que adora poesia. “Legal! Eu também.” – eu disse pra ela. E ela perguntou “Ta brincando? As pessoas não te zoam, não?” Foi quando eu perguntei por que ela disse isso, e ela respondeu que onde ela estuda, poesia, textos românticos e qualquer coisa do tipo, até mesmo arte, é vista como coisa de drogado ou viado. Eu caí na risada. Juro que achei graça do quão patético a chamada “vergonha coletiva” nos transforma.

Porque é dessa forma que ela funciona. Um costume que sequer condiz com o certo ou o errado é criado simplesmente para satisfazer o gosto de uma pessoa. Só que devido aos motivos citados acima, determinado costume vira regra, determinada regra vira obrigação, e determinada obrigação leva as pessoas a agirem conforme os costumes a mandam. É o caso da moda. É legal ter roupa de marca? Não. É legal porque os programas na TV dizem isso, quando os apresentadores jogam as roupas das donas de casa no lixo e impõem a elas vestimentas novas.  O legal é ter roupa que nós achamos bonita. Se eu visto uma camisa laranja (como a que estou vestindo agora) que não tem bosta alguma escrita, só um nomezinho minúsculo no peito, já tem três anos eu ainda achar ela bonita, vou continuar saindo com ela pra andar no calçadão. Agora se eu quiser sair com uma roupa preta, cheia de detalhes em vermelho com a maior pinta de playboy, SÓ PRA ANDAR NO CALÇADÃO, eu também vou.

Claro. Devo deixar claro, que NINGUÉM, por mais corajoso, louco, cara-de-pau ou outro adjetivo que se adéqüe, está totalmente livre das vergonhas coletivas. Isso é fato.

Não tem jeito, sempre temos uma vergonha com a gente que foi imposta desde pequeno porque as pessoas decidiram que seria bom assim. Quer uma prova? Vou citar uma lista das vergonhas mais comuns entre a gente (pelo menos é o que eu espero, se não terei que fazer outro post sobre minha estranheza) e vocês me dirão se pelo menos uma dessas vergonhas não estão grudadas em vocês:

1 – Vergonha de fumar em público – Essa é a típica vergonha que leva o sujeito a ficar sem graça de puxar aquele cigarrinho do bolso em uma roda de amigos, cuja maioria é (aparentemente) politicamente correta, mesmo sabendo que cada um ali na certa tem uns quatro ou cinco vícios bem piores.

2 – Vergonha de dar cantada – Essa é uma das piores pra quem já é meio tímido. Eu por exemplo no colégio, odiava quando os amigos me empurravam pra chavecar (eeeeita palavra antiga) alguma guria, porque a vergonha me levava a crer que não importasse o quanto eu me esforçasse, o fora seria certo, clássico e esmagador.

3 – Vergonha de levar cantada – Essa geralmente é quase inexistente entre os garotos (embora quando a guria seja feia, ela se manifeste no meio masculino), e está mais entre as puritanas.

4 – Vergonha de dizer merda na frente dos amigos – Quem nunca passou por isso? A gente sabe como é horrível no meio de uma gargalhada coletiva com seus amigos na volta pra casa, soltar uma piada sem graça, ou um simples comentário sobre um gosto seu, e todos pararem de rir e se entreolharem como se você tivesse caído da nave.

5 – Vergonha de estar fora de moda – Se encaixa não só nas vestimentas, mas em tudo que as pessoas não consideram modernas. Roupas, músicas, comida, até mesmo aromas para a casa hoje em dia são taxados como ultrapassados ou modernos.

6 – Vergonha de cagar no serviço ou na casa da namorada ou namorado – Neeeeeeeeem adianta rir e disfarçar, porque eu sei que você já deve ter passado por isso. Todos já passamos, e quem não passou deveria passar, pois é uma experiência sinistra pra aprendermos.

7 – Vergonha de achar pessoa do mesmo sexo bonita – Bem comum, mas que com o passar do tempo foi sendo deixada de lado, aos poucos. É quase inexistente hoje em dia entre as mulheres, costuma ser mais intensa entre os homens que tem uma puta vergonha de admitir que o sujeito pelo qual sua namorada te trocou, é mais bonito que você.

8 – Vergonha de ser pobre – Aaaaaah, uma das mais divertidas. Teve uma época na minha adolescência que eu a tinha. Quando faltava certa grana pra ir a alguma viagem do colégio, e a situação em casa estava em época de crise, eu tentava ao máximo me esforçar pra inventar uma desculpa pra ninguém saber que eu não ia viajar porque estava mais duro que bilau de tarado. Depois percebi que não valia o esforço, e passei a usar o bolso furado (até mesmo nas épocas de vaca gorda dentro de casa) como motivo pra me livrar de um bando de coisa no colégio.

9 – vergonha de ser rico – É o oposto do citado acima, mas ainda mais engraçado. Sempre tem um sujeito na turminha de amigos, que é mais bem de vida do que os outros, mas tem um baita medo de aparecer com aquele celular caro porque todo mundo vai olhá-lo como esnobe ou riquinho.

10 – Vergonha de ser feio – A mais famosa de todas. Aquela que assola boa parte da população. Eu tinha bastante dessa, mas quando vi que sempre vai existir uma doida na seca, percebi que a vida é mais bonita do que a gente imagina.

11 – Vergonha de ser inteligente – Eu a tive na época do primário, em que eu só tirava 10 e odiava jogar bola, o que emputecia ainda mais as pessoas da minha classe que me taxavam como CDF.

12 – Vergonha de ser burro – Pois é, depois do primário eu tive essa. Meu Q.I caiu tanto que parecia ter tido uma morte cerebral. Mas aí a gente descobre que por mais burro que sejamos, se tivermos um único talento, a coisa pode mudar de figura.

13 – Vergonha de ser romântico (conhecido também como medo de amar) – A mais complicada, porque se divide em vários aspectos. Pode acontecer quando a pessoa é mais fria, e mesmo gostando, não consegue demonstrar carinho nem receber sem contestar. Pode ser o do tipo que a pessoa quer mostrar para a outra o quanto a ama, mas tem medo de que a outra a rejeite. Tem vários aspectos, e por isso é considerada (por mim) uma das mais perigosas.

Bom, só consegui pensar nessas, mas se tiverem alguma outra, postem nos comentários.

Ah, é. A conclusão, neh?
Então.
Bom, dessa vez não vou tentar concluir o assunto, deixarei que quem ler tente fazê-lo, afinal, isso varia de pessoa em pessoa.

Mas uma coisa eu digo. Tome muito cuidado com sua vergonha de estimação, ela pode estar te atrasando mais do que você imagina.

Grande abraço!

Obs: Alguém aqui já escutou música celta? Caramba, a gaita escocesa ou seja o que for que produz aquele som, é siniiistra.

3 comentários:

  1. Gostei do texto! Mas eu acredito que muitas das vezes não é a vergonha que nos impede de fazer algo... As vezes é medo, receio ou até um pensamento contraditório com oque a sociedade nos "aplica"...

    Adorei os exemplos... Oque eu mais me identifiquei foi o de sentir atração por pessoas do mesmo sexo.. Quando eu estava na 5° série eu era apaixonada pela menina da minha sala e NUNCA que eu ia falar alguma coisa com ela.. SÓ QUE.. um dia... láááá na 7° série.. nós ficamos mais amigas e acabamos namorando.. e ela me confessou que gostava de mim desde a 5° série.. e aí? Fiquei com vergonha de não ter dito nada e me senti uma babaca..

    Enfim... tô te seguindo e adorei seus textos.. beijinhos!

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  2. É de certa forma podemos dizer que é vergonha de não esta dentro do padrão de certos grupos sociais, como por exemplo, até um tempo atrás eu tinha vergonha de ser magra, amo praia mas só em dias mais calmos, para ninguém ficar me olhando por eu ser magra (assim eu pensava, que todo mundo estaria olhando pra mim, por conta disso)e não tem como prender um sorriso com o 6º tópico, é bastante constrangedor. kkkkk

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  3. Minha tia sempre diz - somos os jovens da geração "mico".
    É mico usar aquele casaco fora de moda.
    É mico sair com os pais na rua.
    É mico entrar em sexshop.
    É mico andar com o tênis um pouco sujo.
    É mico responder errado a pergunta do professor.
    É mico isso.
    É mico aquilo.

    Tudo em busca da aprovação alheia. Lamentável.

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