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O autor desse Blog é estressado, ranzinza, sarcástico, mal amado, egocêntrico, pervertido, preguiçoso, boca suja e teimoso. O lado bom? Ele nunca mudará.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um objetivo

Bom.

Sei nem por onde começar, após tantos dias afastado daqui. Acho que o melhor é iniciar com um pedido de desculpas. Aliás, dois pedidos.

O primeiro é por eu ter apagado o último post que eu havia feito, mesmo contendo comentários (por tanto realmente peço desculpas a quem gastou seu tempo comentando em um post que posteriormente seria retirado).

O segundo pedido é simplesmente por tê-lo escrito.

Sim.

Eu não tenho o direito de transformar um blog que tem uma temática fixa (ainda que confusa) em um diário ambulante retratando meus problemas. Eu sei que não é para isso que vocês visitam esse singelo espaço. Vocês vêem aqui para rir, para se revoltar, para apoiar as besteiras que eu escrevo (convencido, sim, eu sei!) ou para discordar. E só.

Para os que tem a curiosidade de saber o porque do meu sumiço repentino, vou ser breve.
Eu sou o tipo de pessoa que passa séculos sem ter problemas aparentes, brinco, sorrio, gargalho, pago micos, faço besteiras e tudo que qualquer pessoa normal faz. O problema é que quando noto a existência dos reais problemas, ainda que raramente isso aconteça, é como um efeito dominó. Vem tudo de uma vez. TUDO MESMO.

É uma puta sensação horrível que nenhum ser humano deveria sentir. Pode durar horas, pode durar dias, não tem tempo certo para durar ou chegar. Todos aqueles problemas que eu costumo ignorar e fingir que não existem, vem igual a uma bola de neve e aí eu vejo que não tem pra onde correr. É quando eu perco a inspiração pra escrever, fico um pouco estressado, minha cabeça fica a mil por hora e as preocupações surgem. Pelo amor do que vocês mais acreditam, não me venham com piadinha de EMO não, se não eu respondo nos comentários, heim! Passo longe do perfil de sujeito melancólico, às vezes eu até preferiria que isso fosse melancolia, mas é algo mais complexo, não sei explicar, nunca disse que eu era normal, pra começo de conversa. Então não se espantem.

Agora que já ta explicado, vamos ao Post, certo?

Hoje eu quero falar sobre OBJETIVOS.

Sim, essas coisas que parecem contradizer o sentido da palavra destino e nos torna mais donos de nós mesmos do que o acaso. (Santa marijuana, Batman! Filosofou agora, heim)

Eu fico reparando nas pessoas hoje em dia, elas são mais cheias de planos do que as pessoas do passado. Estão sempre dizendo coisas como “Após eu me formar...” antes mesmo de entrar na faculdade. Dizem coisas como “Quando eu tiver meus filhos irei ensiná-los a...” Sem nem saber se são realmente férteis ou se viverão amanhã e por aí vai. Não, não estou criticando-as, pelo contrário. Eu mesmo sou o tipo de sujeito que já planejou bastante quando estava no segundo grau. A cada mês tinha algo novo em mente, e ria desde então, por saber que no fundo era puro fogo de palha. A questão começa a ficar séria depois que você termina os estudos e percebe que a falta de um objetivo concreto na sua vida, pode transformar você em mais uma dessas pessoas que acham que ficar “a Deus dará” vai resolver todos os seus problemas. O que me emputece ainda mais, é ver matérias oficiais como:

 “É comprovado cientificamente que quem vive olhando para o futuro ou para o passado, se torna infeliz”.

PORRA. Querem que eu faça o quê então? Saia por aí sem rumo, fazendo pulseiras de madeira em rodoviária e mostrando dedinho de paz e amor pra todo mundo que passa, com o sovaco melado de suor e aquele fudum infernal que espanta até defunto?

Sinceramente, com o perdão (ou não) da palavra... Eu estou é pouco me fodendo para a ciência e seus conselhos, bem como seus avanços magníficos que definem se marte tem vida, água, pudim, pôneis, batmans, ou o caralho a quatro...

Certas coisas variam de pessoa em pessoa, e planejar o futuro é algo que deve ser feito de forma sensata, mas visionária, entendem? Você não pode planejar algo que vai definir provavelmente o resto da sua carreira, vida amorosa, saúde ou outra coisa de mesmo nível, sem ter realmente um bom motivo para fazer isso.  Mas também não deve permanecer em uma vida na qual você não tem o menor prazer em desfrutar, apenas pela comodidade ou o medo de arriscar. Eu vejo às vezes as pessoas aqui da minha cidade e percebo que muitas delas tem um potencial enorme, mas 90% irão apodrecer pelo resto da vida nesse lugar pela simples falta de ânimo, ou por aquele medo de mudar algo na vida deles que está correndo bem.

Percebem? Correndo... BEM!

Eu não gosto quando as coisas correm BEM! Eu quero que elas corram ÓTIMAS, porque eu melhor do que ninguém sei que o “bem” dura pouco, e de boas sensações temporárias creio que eu e metade dos brasileiros que vivem nesse inferno diário, já estão de saco cheio.

Eu mesmo tenho um objetivo recentemente traçado a partir de idéias que carrego desde pequeno, frustrações por viver em um país no qual eu não me identifico em quase nenhum aspecto e desejos de não apenas conhecer, mas vivenciar algo novo e diferente.  


...TAMBÉM me motivam a realizá-lo.

Curiosos? HÁ! Eu sei que estão. Não é nada de grandioso se comparado ao que muitos de vocês devem planejar, eu sei. Mas é algo que para o Diego Dias, vai significar mais do que qualquer breve mudança.

Uma premissa:




Sim, é algo no qual levará tempo para conseguir, ainda mais levando em conta o fato de que eu não pretendo ir com uma mão na frente e outra na bunda, e pretendo ter uma graduação no currículo, mesmo sabendo que provavelmente não me ajude muito quando chegar lá. Mas em 2012 é quase certo que eu vá apenas para visitar e ter uma visão mais sólida de como é o local, e se realmente vale a pena me esforçar pelos próximos três ou quatro anos. Para quem acha que eu sou o tipo de pessoa empolgada, acertou. Mas não sou o tipo que leva a empolgação acima da sanidade. Para falar a verdade, sou até chato, de tantos cálculos, estatísticas e levantamentos que faço por mês baseado em algo assim. Contas de impostos, probabilidades salariais (realmente baixas, para ver como sou pessimista), custos de vida, e tudo que eu posso pesquisar e me aprofundar eu procuro saber antes de transformar um objetivo em realidade.

Bom, basicamente é isso. Milagrosamente não foi um post tão grande como os anteriores, mas também foi algo totalmente aleatório, como puderam perceber. Apenas tive a vontade de compartilhar mais uma vez o que penso a respeito de algo com vocês, e obviamente eu precisava de um motivo para voltar a atualizar isso aqui e rever as postagens dos meus 50 (ainda são 50, neh?!) seguidores que devem ter achado que eu morri ou fui passar as férias na Vila Cruzeiro.

Não posso garantir que não sumirei por mais um mês, mas posso afirmar que farei o possível para não deixar isso aqui às moscas. Apenas odeio o fato de não estar com ânimo o suficiente para fazer vocês darem boas risadas, e estar postando qualquer merda.

Grande abraço, meu povo!

sábado, 16 de outubro de 2010

Um post fora do padrão.

1º Lembrete: Música de hoje na voz da colossal Marisa Monte (se eu não estiver enganado) com a música "Beija eu".
2º Lembrete: O post hoje ta ruim pra cacete, já vou avisando.
3º Lembrete: Sei que furei com os contos que prometi postar semana passada, mas resolvi da uma reformulada neles e escrever logo uns três capítulos para ambos, então pode sair a qualquer hora. 
4ª Lembrete: Alguém por acaso lê esses contos? Porra nenhuma, neh? 


Já estava com saudades de postar aqui.

Bati o record de tempo sem mexer no blog porque fiquei pra lá e pra cá essa semana tentando resolver um maldito problema na minha placa de vídeo nova. Sabe como pobre é foda, neh? Dinheiro perdido a toa é como um rim perdido. Vamos até o inferno pra cobrar o prejuízo.

Hoje finalmente sentei aqui para escrever.

Escrever sobre algo que tem me incomodado constantemente nos últimos dias.

Eu não gosto de falar necessariamente sobre mim, me sinto estranho e exibicionista quando fala algo do tipo “Estou sentindo...”. Por isso costumo apenas me usar como exemplo quando descrevo sobre certas situações, por ser obviamente um poço de esquisitices. Mas acho que necessariamente hoje, é algo que se passa restritamente comigo. Mas espero escrever de forma que não deixe meu blog como um diário virtual, pois acho isso para homem, uma viadagem sem tamanho.

Bom, sem mais rodeios, não sou o tipo de pessoa que se apega a idéia de sempre precisar ter alguém ao lado, ou um ombro amigo pra dizer o quanto sou bom em algo ou me aconselhar em momentos difíceis. Sou mais o tipo de pessoa solitária (não Emo, por favor) que gosta de ser assim. Que gosta de resolver as coisas por si só, que gosta de fazer algo bem feito sem ajuda e que não dá a mínima em sair sozinho ou passar noites em claro sem alguém ao lado na cama. Mas parece que às vezes, isso desmorona sem mais nem menos.

E é isso que me irrita pra caralho.

Eu odeio me sentir estranho ao ver um casal todo feliz e sorridente se agarrando em plena praça.
Não. Não é inveja. É algo próximo disso, mas com um tom diferente, parecido com saudade.
Sim, saudade dos tempos em que não era tão complicado.

Saudade de quando éramos crianças e não nos importávamos com nada que fosse tão sério quanto qualquer coleguismo. Saudade da época em que o sinal do recreio era mais importante do que um encontro às cegas. Saudade do tempo em que um suborno alimentício (eu era esganado e gordinho sim, e daí?!) da minha mãe, cobria qualquer suposta mágoa de criança. E uma saudade imensa dessa época em que eu qualquer diversão era suficiente para cobrir qualquer pensamento negativo.

Então voltamos para os tempos atuais. Onde pessoas sem o mínimo de inteligência na cabeça e com idéias deturpadas e formadas única e exclusivamente pela influência da TV sempre tem um par semi-perfeito e agem como se nada mais importasse?

Mas que porra é essa? Pessoas como eu que pensam (pelo menos eu tento), agem e dizem, tem uma dificuldade desgraçada pra se relacionar.

Como?

Simples.

Nós não conseguimos nos contentar com aquilo que realmente não faz parte da gente. Você encontra uma pessoa por intermédio de amigos, ou por acaso, apenas por pura atração física. Rola um papo legal. A coisa sobe de nível e a intimidade se aprofunda. E quando você se dá conta, já fugiu dali mais rápido que pulga em banho de cachorro. E é um looping sem fim isso tudo. Como se fosse cada vez mais difícil achar alguém que não só se afeiçoe a ti pelo que você é, mas que também seja da forma que você queira, ou melhor, da forma que você precisa.

Essa história de que os opostos se atraem é pura lorota. Pelo menos eu acredito assim, mentes diferentes pensam diferentes, agem diferentes e terão reações beeeeem diferentes na primeira merda que acontecer entre as duas.

Às vezes as pessoas relacionam a solidão de alguém com falta de capacidade ou exigência excessiva. Posso afirmar que não é nenhuma dessas duas causas. Pessoas como nós (caso alguém como eu esteja lendo essa bagaça) não são exigentes, são exatas. Sabemos o que queremos, e não temos esse lenga lenga de “qualquer coisa serve” e muito menos essa indecisão ridícula que a juventude atual tem, com todo esse papinho de “Você é a pessoa certa, mas no tempo errado”. E somos capazes de qualquer coisa independente de beleza, pois temos cérebro e acho que isso ainda funciona nesse século. Sou a prova viva disso, não me acho nada bonito e passo longe do exemplo perfeito de garoto saradão, mas me pergunto às vezes como diabos todas as namoradas que já tive foram bonitas. E olha que nem sou rico, heim. Pois é, amigo, lábia é um mérito que não trocamos por nada.

E então voltamos à velha questão

Porque diabos é tão complicado uma coisa que era pra ser tão simples?

Era só chegar, falar, levar no papo, fechar os olhos e pimba!

Já era.

Mas nãããão, tem sempre aquele diabinho no ombro esquerdo e o... diabo no ombro direito, ambos de mãos dadas e te mostrando que aquilo não terá futuro e o quanto antes você cair fora, melhor.

Não sou nenhuma alma perturbada e depressiva para ficar alienado pensando nisso o dia todo, é apenas uma coisa incômoda que surge volta e meia e nos faz perguntar se seria mais fácil não ter tanta opinião formada ou não ter amadurecido tão cedo quanto devia. É legal ser solteiro, na verdade posso dizer que é ótimo poder me divertir sem satisfações, sem telefonemas bravos ou poder beijar quem quiser sem compromisso. Mas sinceramente, tenho medo que tanta satisfação uma hora vire um vazio besta e sem sentido, e vocês me conhecem...

Eu odeio falta de sentido.

Perdão pelo post fraco e mais inútil do nunca.

Na próxima eu os compensarei com bastante palavrões e rabugices como de costume.

Grande abraço!

sábado, 2 de outubro de 2010

Um dia na praia.

1º Lembrete: O post não é grande como parece, mas como tem muito diálogo são necessários muitos parágrafos.


2º Lembrete: Estou devendo há muito tempo os segundos capítulos dos dois contos. Pois bem, eles virão no meio da semana!


3º Lembrete: Música passada do blog era "Chupee" (nome estranho mas música boa) e quem cantava era Cocoon. 


4º Lembrete: Música da vez: Can't Stand It e quem canta é Nevershoutnever (para visitantes novos, sempre lembrando que caso não goste, só pausar).


Bom, a idéia para esse post partiu a princípio, de um medo.

Sim, medo.

Medo de não ter absolutamente nenhuma idéia para postagem!

Tudo começou quando eu em uma bela quinta feira percebi que já iria fazer uma semana desde meu último post e eu geralmente posto duas vezes na semana. Passei algumas horas me divertindo no computador (lê-se alimentando vícios como jogos, filmes, downloads piratas e derivados) quando o medo começou a se apossar de mim. No começo era apenas uma sensação esquisita de falta de criatividade, mas após terminar minha diversão, sentar na sala e assistir a two and a half man (ok, podem enfatizar que eu sou sedentário e desocupado, obrigado) percebi que era mais do que isso.

Percebi que meu dom para escrever sobre as idiotices humanas estavam acabando!

Pela primeira vez eu estava sentindo na pele o que o super homem sentiu ao ser exposto a uma alta dose de criptonita verde.  Senti na pele o que Sansão sentiu ao ter sua cabeçorra raspada e o que o homem aranha sentiu ao ter seus poderes esgotados por um longo período dos quadrinhos.  O problema é que havia duas diferenças entre eu e esses três:

1º Eu não sou, nem serei ainda que em mil anos um herói.
2º Eu não sei o motivo de tal perca de poderes.

E isso estava me deixando louco. Dia após dia eu via meus seguidores e aqueles que eu sigo postando algo de novo, recheado de comentários e idéias legais em seus textos enquanto meu cérebro mesmo espremido como uma laranja não estava valendo nem o bagaço. Eu tentava escrever sobre assuntos sérios, e nada. Tentava escrever sobre coisas engraçadas, e nada. Tentava escrever sobre eu mesmo, E NADA.

“ONDE ESTÁ VOCÊ? MALDITA... VOLTE PARA MIM!” – eu gritava em pensamento para minha inspiração que havia me abandonado como um marido que diz “vou comprar cigarros” e nunca mais volta. Me senti a mercê do fracasso e estive prestes a deletar o blog em um ato impulsivo.

Mas, como nada nesse mundo acontece por acaso e o destino brinca com a gente como um adolescente depravado, estava prestes a vivenciar algo inédito naquele dia. Falei para mim mesmo:

“Irei à praia.”

Sim. Eu, a criatura pálida da noite estava prestes a se expor ao sol e caminhar pelas areias atrás da inspiração. Foi minha última cartada, era tudo ou nada. Matar ou morrer. Nadar ou correr de volta para casa e confessar que eu havia perdido minhas habilidades críticas. Eu precisava arriscar.

E assim fiz.

Levantei a bunda do sofá, vesti um calção vermelho que em conjunto com uma camisa regata da mesma cor me faria parecer o Chapolin colorado. Mas por consideração aos olhos alheios, vesti uma regata branca que por sinal, caso a pessoa me visse de longe poderia achar que eu estava sem camisa. Coloquei meus óculos escuros no melhor estilo “Eu sou sexy”, me olhei no espelho, estufei o peito e disse em alto e bom tom:

 “Mas que porra é essa?”

Eu dificilmente passaria despercebido daquele jeito. Cordão de madeira, pulseiras jamaicanas, óculos escuros, cabelo arrepiado (como podem ver na foto do perfil) e brinco na orelha esquerda, isso sem mencionar o calção de banho vermelho. Mas ok. Olhei mais uma vez e agora tentei dizer a mim mesmo:

“Vamo lá, garoto. Você irá arranjar algo lá. É pelo bem da ciência.” – sei que não tem nada haver, mas é que eu sempre quis dizer isso.

E assim eu saí.

Ao chegar à praia que fica a poucos metros do prédio em que eu moro, eu notei uma vibe sinistra passar pelo meu corpo, como se fosse um aviso. Como se os deuses da mitologia grega estivessem me alertando. Pude ver Zeus dizendo aos risos “Rapaz, o bagulho aqui ta sinistro, entra nessa porra não. Riariariariaria”

Ignorei meus instintos e segui em frente. Ao tocar os pés na areia e retirar o chinelo para andar um pouco até a água, já fui logo surpreendido pelo primeiro sinal que comprovaria a teoria de Murphy, aprimorada por Diego Dias, que diz “Se algo pode dar errado... volte para casa!”

“MANHÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ, POSSO ANDAR DE CAIAQUE?”

Foram as palavras que ouvi como um tiro de fuzil passando rente a minha orelha. Fiquei na dúvida por um momento se eu tinha uma espécie de super audição ou algo parecido, porque a porra do som vinha de um molequinho menor que um macaco e tão escandaloso quanto um, que ainda por cima estava há uns quinze metros de distância.

Bati o olho no pentelho e já pensei “Essa porrinha ainda vai dar problema.”

Mas não podia me distrair facilmente, eu estava lá por um objetivo, precisava encontrar minha inspiração, e estava pronto para surrá-la assim que a encontrasse.

Andei por alguns minutos na areia e pude contemplar os corpos mais sensuais que já havia visto na vida, e uma frase não parava de passar pela minha cabeça – PRAIA É UM PARAÍSO – e ela se repetiu por uns cinco minutos enquanto meus olhos pulavam feito uma pulga epilética de mulher em mulher e eu aproveitava meus óculos escuros que ocultavam meu olhar 43...44, 45, 46, a essa hora já havia perdido a conta. Mas, como nada é perfeito, nem mesmo esses momentos de frenesi tropical, senti que algo me observava bem de perto. A sensação de estar sendo vigiado aumentou drasticamente e foi comprovada quando olhei para o lado esquerdo e o vi.

O maior cachorro vira-lata que eu já vi em toda minha vida. 

“Você vai me morder?” – perguntei para o cão, em pensamento.



“Se você se mexer, respirar, piscar ou continuar olhando pra mim, provavelmente.” – entendi logo sua resposta ao ouvir aquele rosnado que faz nossa bunda ficar apertada de tanto medo.  

Antes que eu pudesse ter minha canela feita de brinquedo, um assobio desses que a gente só vê em filme, de tão alto e perfeito, cortou o ar. Era o dono do quiosque que supostamente tratava do pulguento. O cachorro partiu em uma velocidade tão grande em direção ao quiosque que eu pensei ter sido apenas uma ilusão para o safado. Aliviado e com o calção quase mijado de medo, continuei meu caminho e resolvi parar em um outro quiosque, para tomar algo.

“Quanto é a latinha?” – perguntei com um sorriso inocente.

 “Treis real.” – ouvi sentindo a revolta começando a tomar conta da situação.



“Três reais, moça?” – perguntei com a esperança de que a mulher não soubesse fazer contas e tivesse errado os preços.




“Vai querer não?” – recebi uma resposta que pode ser traduzida como “Se não for pegar essa porra, SOME!”.

Só de birra, peguei a carteira magrinha e amassada como uma uva passa, e tirei uma nota de cinco. Esperei ela pegar a latinha e me entregar, e obviamente meu troco.
Ela volta e me entrega ambas as coisas.

“Moça, acho que você confundiu.” – dei aquele sorrisinho todo sem graça mostrando o troco que ela havia me entregado.

“Confundi o quê? Mininu.” – ela me respondeu de uma forma malcriada.

Cara, é sério.

Não tem coisa que me deixa mais puto da vida do que me chamar de “mininu”, como se eu fosse qualquer moleque de rua.

“SUA FILHA DA PUTA, VOCÊ CONFUNDIU MEU TROCO.” – pensei enquanto meu olhar fixava naquela mulher parada na minha frente. Acho que perdi um pouco a noção do tempo. Devo ter ficado uns dez segundos olhando pra ela sem reação até que me dei conta e voltei a falar, dessa vez com seriedade.

“Você me deu R$ 1,50. Te dei cinco reais, e a latinha custa três. Então...?” – fiquei esperando ela fazer a conta.

Esperei mais um pouco.

Continuei esperando.

“ACORDA, CARALHO! SÃO DOIS REAIS DE TROCO!” – continuei pensando enquanto sentia minha pálpebra direita tremer de nervoso.

“Ai, desculpa viu, moço? To com a cabeça na lua hoje.” – ela responde roubando meu sorriso sem graça de antes, para ela.



Aaaaaaah, agora eu sou moço, neh? Agora deixei de ser o “mininu”. Quem ta sem graça agora, heim? Heim, energúmena?

Esperei ela me pagar e agradeci a “hospitalidade” de um jeitinho bem falso. Afinal, brigar para quê? São apenas cinqüenta centavos, não tinha importância. O importante era continuar a caçada em busca da inspiração.

Após beber toda a latinha, caminhei até a água, esperava olhar para o mar e encontrar lá minha inspiração, nadando como uma sereia. Ao colocar os pés na água, minha ficha caiu e me lembrei de uma coisa:

Eu odeio mar.
Motivos?  Sim, três:

Eu não nado bem, tenho trauma de infância e a única coisa que sei é me salvar, fora isso. Sou horrível em natação, pareço uma enguia com diarréia quando tento nadar direito. É horrível a cena.

Tenho agonia da água do mar. Na verdade evito tomar banho em todo local onde pessoas que eu não conheça também tomem. Neorótico? Não, apenas precavido. Pensa comigo, na piscina de um clube você tem contato com a água que não é trocada durante dias e está totalmente exposto a uma micose ou qualquer infecção de alguém que possa ser passada pela água, fora o mijo que sempre, eu digo SEMPRE é feito por algum porco que tem preguiça de ir ao banheiro. Agora imagina a água da praia onde tem gente que até cagar, caga? Pois é, Só mergulho em mar que a água é transparente, é como a água daqui é quase marrom, não me arrisco.

TEM ALGUMA COISA DE ERRADO COM O MAR DAQUI. Sério, a água tem uma espécie de espuma quando vem pra superfície, e não me refiro aquela espuminha comum que da por conta do atrito não. Me refiro a uma espuma amarela. Juro que se alguém aparecer aqui qualquer dia com três braços por causa de alguma mutação, culparei o mar.

Lembrando desses bons motivos, tive um duelo verbo-mental com o mar, no melhor estilo faroeste:

“Você é sujo.” – falei.

“Você é medroso.” – ouvi dele.

“As pessoas cagam em você.” – respondi com raiva.

“Você as inveja.” – ele respondeu.

Não brinque comigo, onde ela está?”

“Ela quem?”

“Você sabe”

“Sei?”

“Fale logo”

“Espera”

“Espera o que?”

“Qual de nós agora é o mar?!”

AH! Aquilo já havia me confundido, e para dar um fim a discução, fiz o inevitável. Joguei as roupas em um local visível e mergulhei como uma orca a procura de alguma foca para devorar.
Mas meu desempenho deprimente no raso me fez parecer uma criança desajeitada e exageradamente crescida. Para compensar minha desgraça, ainda tive o desprazer de escutar alguns garotos mais novos coxixando ao passarem por mim na água.

“Porra, marmanjo ficando no raso, deve saber nadar, não.”

“Poder creeeer.”

“PORRA, SEUS VIADINHOS! Sei fazer coisas que vocês ainda não tem idade pra fazer. E você? Aprende a falar direito, filhote de Bob Marley.”

Deixando a raiva apenas no pensamento, dei uns mergulhos ou algo parecido com isso, e após espetar meu pé em alguma coisa que por sorte eu não soube o que era, voltei para a areia.
Até então eu só havia reparado nas mulheres, mas então percebi que também havia um motivo para reparar nos homens na praia.

As aparências ridículas.

Havia um casal a alguns metros de distância de onde eu estava sentado. A moça vestia-se de forma sensata, o biquine não era aquele fio dental que fica atochado no meio das bandas, mas era pequeno de forma sensual. Tinha os cabelos amarrados com aquele palito que algumas mulheres usam e que pra mim só tem uma serventia: Coçar as costas. Usava óculos escuros como os meus, e me levava a perguntar em pensamento se ela também os usava para espiar as pessoas do sexo oposto na cara de pau, sem ser notada. Mas então minha dúvida foi interrompida quando vi o parceiro da mulher...

Era de mais pra mim...

O cara era bronzeado do tipo amarelo de tanto Sol que havia tomado a força.
Tinha um cabelo raspado que deixava a mostra uma cabeça estranha e cheia de calombos.  Mas a pior parte sem dúvida alguma, foi ver a SUNGA do infeliz.

AH, VAI TOMAR NO CU!

O que leva um homem a vestir uma sunga? Me fala? Você que ta lendo isso, me diga o que tem de bonito em deixar um amendoim pendurado por um pedaço de pano?

Pra começar, se o sujeito tiver o bilau reduzido, vai ficar ridículo, vai parecer que ele tem um terceiro dedo mindinho. Se o sujeito for avantajado, vai parecer um cavalo em corpo de gente, ficar aquela coisa escrota quase saltando como uma berinjela viva e bom ou não pra ele em casa, na praia vai ser motivo de chacota.  O pior ainda não é isso, o pior é que os que usam sunga, são justamente aqueles que tem perna fina PARA USAR SUNGA.

O que custa admitir que sunga não combina com a pessoa?

Eu mesmo admito. Não sou desnutrido, mas sou magro, sem esse exagero bombado que vemos hoje em dia por aí. Fico bem de calça, calção, até cueca não me deixa tão magro, mas se eu boto uma sunga dessas apertadinhas fico igualzinho, igualzinho mesmo, UM GRILO ALBINO.

Aí ficam lá, aqueles homens com pernas finas, com um dedo apontado na sunga, sem camisa, com as marcas das costelas aparecendo e acham que tão abafando só porque tem uma mulher como o povo diz, boa. E mal sabem eles, que só tem a tal mulher, porque eles são tão feios a ponto delas saberem que não correm risco algum de perderem eles para ninguém e por trás dos óculos escuros, elas miram os Ricardões que passam pela praia, sem o marido grilo-falante notar.

Já disse que eu amo óculos escuros?

Bom, depois de analisar o comportamento masculino na praia, sentei e fiquei olhando para o mar, com toda aquela água desconhecida e supostamente mijada escorrendo nos ombros e nos olhos. Me senti um completo pamonha por ter ido até ali e não ter encontrado minha inspiração. Ela devia estar a milhas de distância há essa hora.
E agora só havia uma coisa a ser fei...

BOFT!

“Jesus, minha costela!” – eu gritei desesperado ao sentir uma batida forte do lado das costas. Como sou branquelo, a marca da bola de couro ficou estampada nas minhas costelas como um boi marcado. Olhei para o lado e vi ele, o macaquinho escandaloso do início do texto.

Como eu rezei para que o caiaque tivesse virado...

“Oi, moço, chuta minha bola aê!” – ouvi aquela voz estridente gritar, chegando cada vez mais perto. Agora bem próximo, pude ver que ele era medonho de mais para ser apenas uma criança. Os olhos esbugalhados e os dentinhos separados como se a mãe e o pai tivessem puxado um para cada lado. As orelhas extremamente salientes o aproximavam ainda mais da semelhança de um primata e como se não bastasse, senti um cheirinho leve de banana, mas devia ser minha imaginação.

“Essa bola é sua?” – perguntei com uma imensa vontade de enfiar o objeto guela abaixo do moleque e o ver sufocando. Mas me contive.

“É sim.”

“Hum.” – esperei um pedido de desculpas. Será que é muito? 

“Te acertamu??” – ele perguntou.


“VOCÊ É IDIOTA OU BATERAM MUITO NA SUA CABEÇA? NÃO TA VENDO ESSA CALOTA DE CAMINHÃO?” – pensei emputecido enquanto mostrava a rodela que ele havia me deixado nas costelas.

“Xiii, foi mal, moço.”

Foi mal.

O pirralhinho achou que ia se safar com um “foi mal”.

Ajoelhei pra ficar de igual pra igual com ele, coloquei a bola na areia e comecei a falar.

“Olha aqui, essa merda doeu pacas, você acha que é só...”

Quando olhei pro lado e vi aquele baita mondrongo de quase um e noventa vindo na minha direção pra saber quem era que tava coxixando com o filho dele. Ah, meus amigos, só me restou fingir que estava com o celular tocando e sair dali às pressas em uma simulação ridícula de alguém que estava tentando pegar o celular no bolso (já que eu havia deixado o meu em casa).
Sim, esse foi o final de uma inútil tentativa de achar minha inspiração.
Digo inútil, porque ao chegar em casa coberto de água suja, areia e humilhação, a encontrei andando pela casa, a minha espera com aquele sorriso sínico como quem diz “Você sempre procura pelo caminho mais difícil...”

É.
É duro admitir, mas é a pura verdade. Não adianta forçar a barra achando que iremos encontrá-la, não. Ela vem quando quer. Ou na pior das hipóteses, quando ela acha que precisamos.

Como diz alguém por aí... Relaxa e goza.

E como diz o velho ditado, sei que a bunda não tem nada a ver com as calças, mas já mostrei a vocês meu maior xodó? 








Linda igual a mim, neh?



                                                    NÃO OUSEM DIZER O CONTRÁRIO!

Grande abraço!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um selo... Ou dez!

Sim, parece mentira.

Mas não é.

É uma dessas coisas inacreditáveis que as pessoas presenciam apenas uma vez na vida.

É UM DOS MENORES POST's DO DESCENSURANDO, MINHA GENTE! 






Isso tudo deve-se ao fato de que hoje estou aqui apenas para indicar 10 blogs que eu sigo para receber um selo de reconhecimento, igual ao que eu ganhei da Mayara (ca-ham! modo esnobe ativado), dona do blog Recordando Palavras.

Portanto, agora indicarei os 10 blogs que na minha opinião merecem um reconhecimento a mais, mas deixo claro desde já que não são os únicos, há outros que poderiam estar aqui e só não estiveram por dois motivos: 

1º Já receberam o selo.
2º Não couberam todos. São dez, uai.

Vamos a lista:

Idéia Crônica - Blog do tipo crítico com um tom um pouco radical (do jeito que gosto) na hora de abordar temas dos mais simples, de uma forma que nos chama mais a atenção do que quando descrito por outro tipo de blog.

Apenas palavras desconexas - Se tivesse um termo que pudesse definir ao certo o blog, eu diria que diversidade era o certo. Não tem um tema fixo (só se eu fui muito burro para não notar), assim como o meu, e trata do que a autora tiver em mente, de uma forma atraente e por vezes descontraída. 

Fotografias de Lara Godoy - Como o nome presupõe, o blog mostra a paixão que a autora tem pela fotografia. Eu particulamente, como grande fã do ramo e como um ex ajudante de fotógrafo profissional, posso tirar meu chapéu para o trabalho simples e cativante que cada foto tem. 

Diversidade Cotidiana - O blog é novo, mas a meu ver tem um bom potencial e merece acarretar futuros seguidores. Subjetivo como o nome, é bem amplo e está sujeito a qualquer tema.

Guarda chuva roxo - Quando li o nome do blog pela primeira vez, tentei imaginar o que diabos eu encontraria no mesmo, e confesso que a surpresa que tive ao lê-lo foi ótima, com uma crítica deliciosamente ácida.

Memórias de um velho mundo - Outro blog que sou fã. Nele você pode encontrar textos ricos em conhecimento e que despertam em qualquer um, uma curiosidade imensa sobre outras culturas fora do país. Um salve para a dona, bem viajada, heim! (vale ressaltar que é ótimo para quando seu saco está cheio das amolações desse lugar, como o meu.)

Monocórdio Tedioso - Não é pra qualquer um não. É pra gente inteligente. Sim, escraxo mesmo, porque muitos ao repararem em um texto grande vão logo fechando a página sem se preocupar se seu cérebro atrofiado pode ser enriquecido com um pouquinho de cultura e uma dose de humor discreto. Por isso recomendo aos de mente mais aberta esse ótimo blog.

Rimas do preto - Dono de uma criatividade incomum e uma sinceridade que é mostrada abertamente em cada poesia e rima. Vale apena conferir.

Papillon - Um blog bom e com personalidade, não tem temas fixos e parte desde um ponto de vista crítico e educado até qualquer pequena resenha. Atualmente não ando conseguindo acessar o mesmo, mas creio que seja problemas da minha internet maravilhosa. Caso consigam, boa leitura.

Sei que era pra recomendar 10, mas deixo a décima colocação para todos os blogs que mesmo tendo recebido o selo, merecem o mesmo conhecimento como: Viva vida diáriaNem tão certa, nem nada, Várias, variáveis e Copos cheios de Vodka e Rock'n Roll.

Agora vou embora, porque já estou escrevendo meu próximo post.

Adios.



Ah, é. O SELO! 




Façam o mesmo, indiquem 10 blogs com o mesmo propósito!

Agora eu fui.





quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um outro lado do Brasil


Lembrete: Não fiquei doido. Leia o post que entenderá o sentido de ter posto a música tema do grandioso e eterno Ayrton Senna. 

Bom, caso vocês estejam tentando adivinhar qual será a minha rabugice de hoje, eu já aviso que não é sobre política nem sobre moda. Porque são duas coisas que ultimamente andam me fazendo ter vontade de enfiar a própria cabeça dentro da privada e dar descarga enquanto peço a alguém para que jogue gasolina e risque o fósforo.

O assunto hoje não é esse, o assunto hoje é...

BRASIL - SIL - SIL - SIL!!!

Não.

Não me tornei um patriota obsessivo de uma hora pra outra, se é o que estão pensando. Pelo contrário, resolvi hoje, mostrar o porque eu sou tão pouco apegado ao termo “país” e abomino todo tipo de lenga lenga do estilo “Eu amo minha pátria e sou capaz de dar a vida por ela...”

Você ama?

Vai dar a vida por ela?

Humm...
Sei...

 TEM É QUE TOMAR VERGONHA NA CARA.

 Você tem que dar a vida é pela sua família, pelo sustento da penca de filhos que tu deve ter por aí a fora, e não por uma bandeira e um grupo de pessoas que estão sempre fazendo lavagem cerebral em gente que não tem perspectiva alguma, enquanto seus rabinhos estão aconchegadinhos em uma poltroninha pra lá de cara. Tem é que parar com essa palhaçada de querer lutar pelo país quando ele entra em guerra ou combater crime em favela porque quer que o país melhore a ponto de largar famílias e filhos como se a terra em que pisamos fosse mais importante que eles. Quem tem que melhorar o país são essas pessoas que estão se elegendo. Eu mesmo tirei meu certificado de dispensa do exército ano passado.

“HAHA. Diego, você deve ser o tipo de sujeito molenga pra ter feito algo desse tipo.”

Você acha?

Hum. Interessante, então analise comigo.

Prefere ser taxado como desertor ou molenga e assistir sua TV todos os dias do lado da sua namoradinha e mais anoite dar aquela bimbada magnífica, ou prefere pagar de machão fardado, passar meses no meio de um monte de macho suado e fedorento e depois ser posto em teste num campo de batalha para que enquanto você corra feito a Lessie na cena final, leve um pipoco no meio da testa e fique a vida inteira vegetando?

É. Sei não, heim.

 E não me refiro só ao Brasil, não. Me refiro ao patriotismo em geral, EUA então nem preciso comentar.

TUDO FANÁTICO.

Iraque?

Esse eu nem gasto saliva de tão óbvia a estupidez que um indivíduo faz pela pátria, a ponto de pegar seu teco-teco radical e dar um rasante no melhor estilo kamikaze achando que vai ver Allah do outro lado da vida.

Allah..

Allah...

ALÁ A MERDA QUE TU FEZ, SEU RETARDADO.

Explodiu trocentas pessoas e você mesmo por algo que nem vai poder viver pra saber se deu certo. E se bobear, ainda vai reencarnar como uma lesma.

Jumento.

Mas sem mais delongas, vou apresentar poucos, mas significantes motivos que seriam extremamente engraçados, se não fosse ridiculamente tristes, de como nosso querido gigante verde chamado Brasil, é visto lá fora pelas crianças, jovens e adultos.

Preparados? vou começar de leve então.

Nos filmes...

Bom, eu poderia falar sobre eles em si como o Íncrível hulk, Identidade Bourne, Sinais (se não me engano mostra uma cidade de Minas, no interior) e outros. Mas acho mais fácil abordar esse tópico como um só: A mesmice.

Ou vai dizer que nunca reparou? O Brasil não é tratado como Brasil, como devia ser já que é tão aclamado no futebol (ou era), mas é mostrado superficialmente nos filmes como um país qualquer da América Latina. Na maior parte das vezes, se eles querem enfatizar que é o BRASIL que está sendo tratado naquele rápido momento, eles mostram sabe o que? O Cristo Redentor ou o Pão de açúcar. Fora isso, acabou.
Podíamos ser lembrados por uma boa educação, uma boa política ou o único país que está isento de falsos líderes religiosos, mas pra que pedir tanto, neh? A gente não tem isso!

Agora vêm as partes que me fazem rir para não chorar.

Essa é pra criançada, heim!

Nos desenhos...

Quem aqui lembra de um desenho chamado “Capitão Planeta”?

Ééééééé.

Aquela tosqueira que marcou a infância de muitos como eu. Quase toda criança assistia, menino ou menina.
Pois é, a abertura do desenho mostra cinco personagens que são encarregados de dominar os cinco elementos (Terra, ar, água, fogo e ar), cada um de um lugar do mundo (já ta prevendo a treta, neh?).

Logo eles são apresentados: O maluco da África ficou com o poder de terra, ele tem cara de ser um sujeito tranquilo e sensato, do tipo “Muita calma nessa hora, gente. Isso é só um terremoto, já já passa... Passa o fumo de rolo pra mim, please.”

Da América do Norte, é claaaaro que para não perder o costume, eles colocaram o topetudinho boa pinta com aquele sorriso encantador do tipo “♪ Se eu te dou minha pamonha, você dá o seu cural? ♪ “ com o poder maaaaaaais foda de todos, o fogo. Beleza. Até aí, tudo bem.

Então somos apresentados à mocinha que veio da união soviética, uma loirinha coisa-linda-do-papai com cara de mulher fatal que controla o segundo poder mais útil, o vento.

Eis que chega a penúltima, a japinha surfista e descolada com aquele ar de “Se me chamar de gostosa, vira comida pra peixe!” que controla o segundo poder (na minha opinião) mais inútil do desenho, a água.

E CLAAAAARO.
Pra terminar com chave de merda, somos finalmente apresentados ao maluquinho da América do Sul, que..

Pera lá, pera lá...

É um índio.

Ok, nada contra, é a raiz do nosso país, normal.

MAS POR FAVOR, ME DIGA POR QUE ESSE FILHO DE UMA CABRITA TINHA QUE SER APRESENTADO SALVANDO UM MONTE DE MACACO DE UM INCÊNDIOOOO?????????

E pra completar, ele era dono do elemento coração... MAS ISSO É UM ORGÃÃÃÃÃO, NÃO UM ELEMENTO!

Não acredita?


Todo mundo foi apresentado no habitat do seu poder, maneiro. Na hora do pobre do índio, o viado do americano na certa tacou fogo na floresta pra sacanear o pobre do Cacique. E nem adianta chegar do meu lado com esse papo de que pode ser de outro país e tudo mais, porque a gente sabe muito bem que quando querem falar de índio, macaco e incêndio florestal, eles falam do Brasil.

E como se não bastasse tudo isso, temos o cláááássico.
Espera, eu adoro essa palavra, então mais uma vez.

Temos o CLÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁSSICO sucesso dos Games. Todo mundo jogou ele, menino, menina, titio, titia, vovô, cachorro, periquito, papagaio, só não jogou sua sogra porque essa tem é que ser jogada da janela.
Eu estou falando de STREET FIGHTER!!

Sim, aquele jogo de Super Nintendo com uma imagem fosca, simples, que era chamado pelas irmãs dos nerds de “O jogo de lutinha do meu irmão.”

Ele mostrava bastante da diversidade das nações, através de seus personagens.
Por exemplo:

O Ryu e o Ken que são dois personagens principais são respectivamente japonês e americano.
O Sagat, um sujeito que só de olhar te faria mijar nas calças, é tailandês.
A Chun-li, uma chinesa muito suspeita com uma roupinha que fazia os nerds dizerem coisas como “Essa eu vou, heim!”.

E o brasileiro era...

                                               Cinco segundos de silêncio, para meu nariz sangrar de raiva.


UM MONSTRO VERDE!!!!!!!!

SIM! SIM! ESSA BOSTA ESVERDEADA AQUI DO LADO É O BRASILEIRO DO JOGO. 
MEU PAI DO CÉU...

O nome dessa porra clorofilada era Blanca (pudera, neh? Só faltava ser um monstro verde chamado Zé da cove) e o único poder que ele sabia executar era CHOQUE ELÉTRICO. Só que o cretino era tão inútil, que ele só dava choque se a pessoa encostasse nele.

Percebe?

Até o Pikachu vencia esse corno!

Era só pegar a manete do videogame, dar meia lua pra trás, A+B e todos aqueles macetes que eu estou caduco de mais pra lembrar, e pronto! Estava lá nosso orgulho esverdeado morto, FEITO UM CATARRO ELÉTRICO.

E como se não bastasse, dentro do nosso próprio país, a difamação é propagada através da mídia.
Já reparou na quantidade de filmes sobre drogas, tráfico, bandido e tudo mais que tem nisso aqui? Quando lançou o Tropa de Elite, eu adorei, todo mundo gritava “Pede pra sair, fila da puta, pede pra sair!”
Agora com o lançamento do 2, vejo como tudo isso é idiota. 

Raciocina comigo. No Brasil, qualquer coisa que dê audiência, mesmo que sirva contra o próprio país, é divulgada. No EUA ainda tem a vantagem que pelo menos o governo oculta o máximo que for possível para não manchar a moral do país. Aqui não. Aqui tiveram a cara de pau de fazer um filme sobre aquele bandidinho safado que matou uma moça inocente em um ônibus que ele havia seqüestrado, há alguns anos, lembram disso?

Pois é, minha gente.

Não tenho nem mais o que dizer. Esses são os motivos assim como muitos outros que me levam a ter o maior orgulho do mundo, ao bater no peito, olhar pra bandeira nacional e dizer:

Sou mais os meus princípios!

Já chega, o post ta enorme.

Ah, e antes que eu me esqueça, não pensem que eu não percebo não, viu? Vocês aí que andam acompanhando meu blog e honrando o sentido da palavra “seguidor”. Pode parecer, mas não tenho coração de pedra, não, e agradeço muito aos comentários que mostram que eu não estou escrevendo para o vento.
De verdade.

Grande abraço, galera!

domingo, 19 de setembro de 2010

Uma madrugada no bate-papo UOL

1º Lembrete do dia: Aos desavisados, eu uso um player de música com a opção de pause. Portanto não é necessário sair só porque começou a tocar uma música e você não lembra que pode abaixar a caixinha de som.

2ª Lembrete: Se você visita, já visitou ou pretende visitar salas de bate-papo um dia, leia o post!

Como vocês já devem ter percebido, eu adoro observar o comportamento do ser humano e destacar as principais falhas do mesmo. Até mesmo comigo, eu sou assim. É como se desde meu nascimento eu tivesse sido amaldiçoado com uma visão mais apurada para as coisas idiotas que cada pessoa está sujeita a fazer ao longo de sua vida.

Pois é.

Na madrugada dessa segunda feira, estava eu sem coisa alguma pra fazer e com uma falta de sono pertubadora, além de não ter ninguém legal pra conversar no msn quando decidi me aventurar nas conversas de bate-papo do site UOL. No começo eu estava receoso e com medo, afinal, não é muito meu estilo entrar em um local lotado de gente que não conheço sem saber o que eu iria ler. Mas a experiência que eu adquiri foi simplesmente, impagável. Posso dizer que contribuiu e muito para a evolução das minhas pesquisas e vou AINDA MAIS ALÉM!

Eu posso finalmente afirmar, que o ser humano... É UMA COMPLETA BESTA QUADRADA.

Querem ver como cheguei a essa conclusão?

Então prepare os olhos.

O início:

Escritor (Eu) entra na sala...

(01:50:10) asdfas4das7d fala para Escritor: Vídeos de sexo e fotos Fotos e videos de sexo, casais, filmes de sexo,caseiro Brasil. WWW CIDADEAMADORA COM BR

Estressado? Imagina, eu apenas ignorei, afinal, bate-papo é cheio disso, neh?

(01:50:18) GAtinhoBi fala para Escritor: Oi gatu, tem cam?

Pensei “Ele ta falando comigo? Haha... Ok, vou apenas ser educado, coitado do cara, ta só procurando diversão.”

(01:51:04) Escritor fala para GAtinhoBi: Não, minha cam estragou, flw.

Problema resolvido, fui procurar uma garota legal para conversar fiado, já que 90% dos caras em bate papo ou queriam ver meu órgão genital ou o orgão genital de uma garota.

Logo avistei uma tal de “Bella”. O nome não me agradou muito, mas fui adiante e resolvi dar um oi simpático.

(01:53:18) Escritor fala reservadamente para Bella: Hey, tudo bom, guria?

Fiquei aguardando de forma patética uma resposta durante uns dois minutos até que ouvi um som de banjo tocando enquanto eu fuçava alguns blogs (não me culpe, achei legal tocar algo para saber que eu havia recebido uma mensagem, já que a janela não pisca!)

(01:55:27) Bella fala reservadamente para Escritor: Oiiiiiiiiiiii

Nossa, quanta empolgação. – Eu pensei. Parecia ao menos ser gente fina.

(01:56:05) Escritor fala reservadamente para Bella: Oi rs, e então, tc de onde? ^^

(01:57:00) Bella fala reservadamente para Escritor: RS e vc?

(01:57:09) Bella fala reservadamente para Escritor: ???????

Porra, custa esperar? Eu estava digitando. Mas ok. Mantive a compostura, até porque também não gosto de ficar esperando as pessoas me responderem, ainda que não tivesse passado nem dez segundos.

(01:57:15) Escritor fala reservadamente para Bella: ES. Tem quantos anos?

(01:58:01) Bella fala reservadamente para Escritor: 17, vc namora?

Pensei rapidamente “É melhor eu responder rápido, pra não acontecer como da última vez...”

(01:58:06) Bella fala reservadamente para Escritor: vc namora????????

Comecei a me estressar.

(01:58:19) Escritor fala reservadamente para Bella: Da pra esperar eu responder?

(01:58:21) Negão 25 cm de puro pau entra na sala...

Soltei um cuspe no monitor por não conseguir conter a risada enquanto eu tomava água, graças ao tal negão e passei uns dois minutos tentando enxugar a maldita tela sem arranhar. Podem imaginar, quando olhei de volta no chat...

(01:59:24) Bella fala reservadamente para Escritor: não quer mais tc com migo?

Com migo...

(01:59:29) Bella fala reservadamente para Escritor: ?????

(01:59:38) Bella fala reservadamente para Escritor: ????????

(02:00:03) Escritor fala reservadamente para Bella: DA PRA ESPERAR EU RESPONDER A PORRA DA MENSAGEMMMMMMMM??????

Após ser chamado de grosso, e ter sido virtualmente largado pela companhia de chat, dei um tempo. Fiquei apenas observando as conversas alheias. Mal sabia que esse seria meu maior erro...

(02:24:50) DR´HOUSE´ fala para SABRINA: sou bem eclético curto mto um pouco d etudo

Menos coerência verbal.

(02:25:08) SABRINA fala para DR´HOUSE´: Jura? Eu também.

ÊÊEêêêêE... que interessante.

(02:25:10) asdfas4das7d fala para Escritor: Vídeos de sexo e fotos Fotos e videos de sexo, casais, filmes de sexo,caseiro Brasil. WWW CIDADEAMADORA COM BR

Hoje é meu dia – Pensei. Mas ignorei, novamente. Então reparei em um casal de pombinhos virtuais que estavam no maior Love...

(02:27:13) LoirinhoCam fala para Morena RJ: to cansdo dessas garotas daki elas sao mto scrotas elas nao sabe oq amor de verdade

PORRA, LOIRINHO! Primeira dica, se quer conquistar uma guria, não reclame de outras, seu corno! Segunda dica, para de comer as vírgulas e vogais e tudo que faz parte da sua frase.

(02:29:42) Morena RJ fala para LoirinhoCam: eu tbm to atrás de um novo amor.

Aaaah, que lindo.

Tenho piru pequenu entra na sala...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK - Sim. Foi apenas isso que passou pela minha mente enquanto eu tentava não soltar outro jato de água no monitor.

(02:31:51) LoirinhoCam fala para Morena RJ: Vc fz oq da vida

Isso foi uma pergunta, suponho.

(02:32:29) Morena RJ fala para LoirinhoCam: Sou alssiliar de escritorio

NÃO. NÃO... NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!! EU NÃO POSSO TER LIDO ISSOOOOO!!
É AUXILIAR, SUA JUMENTA! COM X! PORQUE VEM DE AUXÍLIO! NEM CEGO VOCÊ PODE AUXILIAR COM ESSE CÉREBRO DE AZEITONA HEPÁTICA!
E como se os deuses do Olimpo tivessem resolvido brincar com a minha cara por ter pensado dessa forma, apareceu Ele.

O insuportável. O maldito. O pior dos males.

O miguxo.

(02:33:21) Juninho fala reservadamente para Escritor: Oiiii miguxu! *.*

Por que eu? Heim? Me digam.

(02:34:02) Juninho fala reservadamente para Escritor: Heim miguxu vamo teclar vamo *.* vc é de onde?
(02:35:04) Escritor fala reservadamente para Juninho: Da puta que te pariu.

(02:36:15) Feia banguela entra na sala...

Puta merda. Acho que já vi de tudo por hoje. – Pensei, até ver um rapaz que conversava animadamente com uma garota, tentando demonstrar seus mais profundos conhecimentos poéticos.
(02:38:36) Jeremias25  fala para Andressa: Tu curte Mario Quitanda? ;D

Não. AGORA sim, eu já vi e li de tudo nessa vida.

É MARIO QUINTANA, SEU QUADRÚPEDE!!!

Não, eu não tive um acesso de raiva com essas pobres pessoas, não se preocupem. Foi pensando nos meus queridos seguidores do blog que eu decidi lhes dar esse orgulho, por me verem calado diante de tudo isso.
Bom, pelo menos eu tentei.


(02:41:10) asdfas4das7d fala para Escritor: Vídeos de sexo e fotos Fotos e videos de sexo, casais, filmes de sexo,caseiro Brasil. WWW CIDADEAMADORA COM BR

Jesus Salvador entra na sala...

(02:45:33) Jesus salvador fala para Todos: Deus é a única salvasão largue a vida de vícius e de promisquidade e acita Jesus com seu único salvador!!!!!

...

Escritor fala para Todos: INCLUSÃO DIGITAL DO CARALHO.

Escritor sai da sala...

O que eu aprendi com isso tudo? Bom, deixo para vocês em forma de conselho.

1º Se você concluiu o ensino médio e assistiu ao menos as aulas de português e história, não entre no bate-papo.

2º Se você não consegue dormir de madrugada, faça qualquer coisa, leia, jogue, converse, escreva, se bata, bata em alguém, coma, finja que dorme, tire as famosas fotos fazendo caretinha na frente do espelho ou faça o diabo que for, mas não entre... Por favor. Não entre em uma sala de bate-papo.

3º Se conhecer um bom psicólogo, me adicione no MSN.

Obrigado.

Grande abraço!

sábado, 18 de setembro de 2010

Um filme e fato

Decidi que hoje simplesmente não irei me apresentar, sou horrível a cada vez que tento uma entrada triunfante nesse blog. Portanto começarei com os lembretes de praxe e partirei para o post.
.
1º lembrete: Sim, o post como de costume será um pouco extenso. Dane-se, leiaa!!

2º lembrete: Nova música posta também com a opção de pause. 1º de Julho do legião urbana, e adaptada vagamente pela melhor cantora que esse país já teve, Cássia Eller.

Bom, nos últimos dois dias voltei com uma compulsão que eu tenho, a qual pensei ter abandonado durante um tempo. O vício de baixar filmes antigos ou pouco conhecidos por serem de outros países. Eu tenho essa mania quase insuportável de ver um filme cuja produção toda não seja holyoodiana e cismar que tem algo bom naquilo que ninguém ainda viu por não ser um filme de “etiqueta”. Felizmente, na maioria das vezes eu acerto.

Foi assim quando vi “Amores brutos”, um dos filmes mais intrigantes do gênero drama moderno, de origem mexicana (corrijam-me se estiver errado, embora fala-se castelhano no filme, não lembro ao certo se era México ou outro país latino). Foi assim quando vi “A outra história americana” com Edward Norton, de 1998 (embora seja de origem estadunidense quase não se ouvia mais falar após um tempo de seu lançamento). E com sorte ou meu inacreditável talento pra dar vida a coisas desconhecidas, foi assim com um dos poucos filmes que realmente mexeu comigo, o filme que eu vi ontem chamado “Les 7 Jours Du Talion”, um filme de origem francesa que pode ser traduzido ao pé da letra como Os sete dias de retaliação.
Vou lhes dizer apenas três bons motivos para verem:

1º - O filme não tem enrolação, chega a ser estranho pelo fato de estarmos acostumados com toda a embromação dos filmezinhos de hoje em dia. Ele não. Ele vai direto ao ponto, aperta logo a ferida que todos os outros tentam tapar. Os acontecimentos são rápidos e precisos, o que te leva a colar os olhos na TV para não perder nada.

2º - Ele é silencioso. Não é um filme com trilha sonora. Você simplesmente não tem aquela música de fundo em um momento de emoção ou em uma cena desesperadora. Pode parecer ruim, mas acredite, a sensação que isso causa, lhe faz ficar mais próximo do que você imagina do que os personagens estão sentindo. A cada sussurro na mesa de jantar após ocorrido. A cada conversa em voz baixa e a cada toque de telefone você percebe que sua atenção não se desviou por um só segundo.

3º - Ele lhe mostra finalmente, após uma porrada de filmes inúteis que tentaram e fracassaram, que um assunto sério, deve ser abordado de forma séria. Sem romancezinhos pra disfarçar ou piadinhas do herói para arrancar risadas.

O filme traz consigo durante quase toda sua exibição, um homem sendo torturado durante longos sete dias que parecem nunca chegar ao fim. Essas torturas variam desde ter o joelho esmagado por um pesado martelo até ser açoitado por grossas correntes, dessas comuns, de ferro.

Vocês devem estar pensando “Porra Diego, e isso lá é motivo pra ficar mexido ou pensativo? Seu sádico!”

Bom, poderia até não ser, se vocês aguardassem eu explicar, que o homem que está sendo torturado cruelmente por uma pessoa que ele nunca viu na vida, é o mesmo homem que estuprou e matou a sangue frio quatro garotas com menos de dez anos de idade e sorriu ao passar pelas câmeras de TV após ser preso por saber que após alguns anos estaria de volta nas ruas para saciar mais uma vez seu vício. E a pessoa que o está torturando, não é nada menos que o pai da última garota que ele violentou.  Durante todo o filme, eu pensei por alguns momentos que devia ter tido algo errado com a produção ou a forma que ele foi gravado. Cheguei a pensar que seria ao caso de inexperiência, do tipo marinheiros de primeira viagem, pelo fato do filme não conseguir lhe arrancar um desses colapsos momentâneos de emoção que os filmes de ação, romance ou terror causam.  Foi aí que minha ficha caiu e eu percebi que o filme foi realmente perfeito no objetivo que ele queria alcançar. É exatamente essa a intenção. O filme não tenta te passar repulsa pelo sangue, ele não tenta te passar uma revolta absoluta ou um desejo doido de torcer pelo herói. O que ele tenta e consegue passar, é o vazio enorme que aquele médico que tortura durante sete dias o assassino de sua filha, está sentindo por saber que aquilo não a trará de volta, e ao mesmo tempo por dever isso a ela, como pai. Não vou conseguir transmitir para vocês apenas em palavras como é essa sensação estranha durante e após assistir um filme desses, porque apenas assistindo vocês podem constatar. Pode ser que não concordem com merda alguma do que eu tenha dito, mas sinceramente, ao menos para mim, foi o tipo de filme que depois de assistido nos faz ter uma real e mínima noção do que é ter a maldita pedofilia rondando nossas vidas. Eu digo mínima, pois não é um único filme ou uma única reportagem diária na TV que nos mostrará de verdade o que é ter uma criança da nossa família vítima de algo tão hediondo. Só quem passa por esse tipo de coisa tem o direito de reclamar, se revoltar e tomar qualquer medida drástica a respeito, e essa é uma situação que obviamente todos nós torcemos para nunca passarmos um dia.

Pode parecer besteira aos olhos de um ou outro, mas sempre que vejo algo assim, seja em filmes ou jornais, não consigo evitar a mesma pergunta:

Será mesmo, que se a punição no país fosse mais severa isso poderia ser evitado?

Não sou do tipo que acha que a violência deve ser combatida com violência, mas não posso ser hipócrita a ponto de pensar que não seria melhor se nosso país que muitos idolatram mesmo com toda essa porcaria acontecendo diariamente do lado de fora de nossas casas e estampado em jornais e revistas, tivesse um sistema que punisse de forma severa quem cometesse um crime desses. É ridículo o fato de que a violência gera medo, e o medo gera respeito? É!

Com certeza.

Mas não podemos negar que isso é sim, eficiente!

Obviamente, pessoas que são capazes de matar por puro sadismo, que são capazes de violentar uma criança ou criar uma série de assassinatos, existem de toda forma e em todo lugar. Mas essa história de que não adiantaria de nada ter uma política de absolvição mais estreita ou leis de execuções aprovadas em determinados Estados é besteira. Essa história de simplesmente poder alegar insanidade mental e toda essa veneração dos direitos humanos que só existe aqui, é PURA CONVERSA DE PUTA.

Você sabe o que é uma conversa de puta? É toda desculpa banal que é usada para mascarar o medo que nossos poderosos deuses do colarinho branco tem de comandar o país com pulso mais forte sem gerar dor de cabeça. É medo de implantar algo que possa mudar drasticamente a forma como as coisas são dirigidas no país ou simplesmente porque alguém que desfila de carro de luxo e anda colado de seguranças não precisa se preocupar com a segurança dos próprios filhos que nessas circunstâncias tem menos de 3% de chances de serem pegos por um maluco do tipo comentado lá em cima. A verdade mesmo, é que eles se preocupam mais em controlar o maldito tráfico de drogas do que cuidar de outras coisas que ainda são de interesse nosso, deles e de toda uma nação. Mesmo sem saber que se as coisas mudassem da forma dita antes, possivelmente a história seria outra e eles não teriam tanto trabalho com o tráfico. Ou vocês acham que veríamos com a mesma freqüência, um bostinha de menos de treze anos que nem barba tem, assaltando gente de bem, no meio do trânsito? Acha que veríamos com a mesma freqüência, mães chorando na TV porque o filho foi morto em bala perdida ou porque perdeu o filho pro tráfico?

Da vontade de rir com isso tudo. Afinal, é só o que nos resta.

Você pode até ter achado que eu me desviei um pouco do que eu comecei falando, mas acredite, minha revolta principal nesse post ainda é a mesma. Não sou pai ainda, e não sei quando ou se vou ser um dia, mas como tio de uma garotinha dois anos e uns quebrados, eu sequer consigo imaginar no que eu seria capaz de fazer apenas cogitando a possibilidade de uma tragédia dessas acontecer um dia. Criança é um bicho sapeca, um bicho infernal às vezes, admito. Mas ainda sim, além de inocentes, são totalmente incapazes de se defender de algo tão medonho. Mesmo querendo eles não conseguem, nem mesmo contar para os pais quando algo desse nipe acontece. Eu mesmo, posso afirmar isso. Nunca sofri nenhum abuso, mas quando criança passei bons meses com medo de sair todos os dias para ir na rua por conta de um sujeito que passava de bicicleta e olhava de um jeito absurdamente abusivo a ponto de um dia ter parado a bike e me esperado na frente da esquina.

Puta merda, aquele dia eu nunca corri tanto pra chegar em casa.  Agora depois de grande eu caio na risada por ter sido burro e nunca ter contado a minha mãe, com quem eu morava na época, mas também lembro que quando se é criança, nada disso é tão simples quanto parece.  A gente tem vergonha, a gente tem medo de um repudio que sequer vai existir de nossos pais.

Eu sei que com meu post não vou mudar porra nenhuma no país, até porque mais fodido do que ele já é, não da pra ficar (Nem com o tiririca sendo eleito). Só não quero ser mais uma pessoa que fica calada e encara uma absurdo desses com normalidade, deixando a mercer da justiça falha que nós temos.

Porque às vezes meus caros amigos, se nem a força resolve as coisas...

O que dirá a pura e hipócrita diplomacia.

Abração.

Procurados